sábado, 13 de agosto de 2011

Resposta para os Enigmas da Vida

Uma jovem telegrafista da cidade de Nova Iorque sentiu-se curiosa a respeito dos telegramas estranhos que em várias ocasiões teve que transmitir para Virginia Beach. Fez investigações a respeito da personalidade de Cayce, e, tendo sua curiosidade aumentado, decidiu ter também uma "leitura da vida".Por ela ficou sabendo que estava perdendo tempo como telegrafista, e que deveria estudar arte comercial, porquanto fora uma artista competente em várias vidas passadas, e poderia tornar-se uma novamente. Jamais lhe havia passado pela cabeça fazer um tal curso ou qualquer outro sobre arte, mas impelida por uma força arrojada, sentiu que por uma vez deveria tentar algum, e ingressou numa escola de arte. Com grande surpresa, descobriu que tinha ta-lento e muito em breve tornou-se uma famosa artista comercial, e durante o tempo em que isto se processou ela transformou sua personalidade.A medida que os anos iam passando, Cayce verificou o efeito exterior nas vidas das pessoas, proveniente de suas informações, e aos poucos convenceu-se de que seu trabalho era real e bom, pelo bem que ele estava realizando. Havia muita coisa sobre as "leituras" que não podia ser provada; entretanto, as partes que podiam sê-lo deixaram-no mais confiante quanto às que não podiam ser. Muitas pessoas estavam sendo dirigidas para vocações adequadas; outras, conduzidas para a compreensão das dificuldades de seus matrimônios; outras, ainda, adquiriam o conhecimento de si próprias, o que as auxiliava a fazerem melhores adaptações no terreno social e psicológico.Logo no início, Cayce perguntara a si mesmo se não estaria prestando aquelas informações somente porque Lammers acreditava na reencarnação e incutira aquela sugestão em sua mente. Todavia, os fatos pareciam desmentir tal suspeita. No princípio, Lammers não usara a palavra reencarnação em sua sugestão para a primeira "leitura" — pedira um horóscopo, nem mais nem menos, e a mente consciente ou superconsciente de Cayce fornecera voluntariamente a in-formação sobre uma vida anterior.Além disso, quase todas as informações comprobatórias, que posteriòrmente foram prestadas sobre desconhecidos distantes, estavam completamente fora da esfera de conhecimentos de Lammers ou Cayce. Caso o espírito inconsciente de Cayce tivesse elaborado fantasiosamente uma sugestão oferecida por Lammers, seria difícil que as comunicações a ele transmitidas por este último correspondessem quase sempre aos fatos verificáveis, porém, ignorados.Uma vez reunidas todas essas considerações, Cayce convenceu-se aos poucos da validade do material da "leitura da vida" e da explicação do destino da humanidade por ela oferecida. Contudo, e anima de qualquer coisa, estava convencido de que as "leituras" aram Inteiramente impregnadas das qualidades e atributos de Cristo, não só quanto à proteção fraternal por elas oferecida, como na sua Integração indulgente dos ideais cristãos com a estrutura da reencarnação. Raramente uma "leitura" era feita sem que nela aparecesse uma frase bíblica ou qualquer advertência de Cristo. Talvez, e com maior freqüência, nelas fossem citadas Suas palavras: "Vocês colherão o que tiverem semeado." "Não faça aos outros o que não deseja que lhe façam." As vezes eram citações diretas, outras vezes, paráfrases sobre as mesmas, como por exemplo: "Não sejam, não sejam iludidos; não interpretem mal; Deus não é ludibriado, pois o que o homem semeia, o homem colhe. Constantemente ele se encontra. Por Isso, façam o bem, conforme ,Ele falou, aos que malevolamente se utilizaram de vocês, e assim agindo com seus semelhantes, obterao vitória sobre vocês mesmos."Tais afirmações eram feitas a título de ilustração, ou numa afli provavelmente originada por uma iniqüidade da vida anterior. Eram feitas tão ardentemente, e invariavelmente tão apropriadas e significativas, que só podiam suscitar uma certeza absoluta. É evidente que seta simultaneidade da idéia da reencarnação com a verdadeira concepção cristã não tinha um poder científico e não significaria absolutamente nada para um agnóstico. Entretanto, para Cayce, representava o peso decisivo numa balança que estava oscilando.Após a primeira exaltação, que diminuiu um pouco, o grupo começou a fazer perguntas a respeito das próprias informações. Antes do tudo, estavam curiosos a respeito da freqüência com a qual deter-minadas épocas da história reapareciam nas "leituras da vida" por ales realizadas. Muitas pessoas tinham um passado histórico semelhante; na realidade, as linhas gerais das vidas passadas das criaturas pareciam ser quase padronizadas. Uma das seqüências comuns era: Atlântida, Egito, Roma, a época das Cruzadas e o primeiro período da Era Colonial. Uma outra: Atlãntida, Egito, Roma, França, na época de Luís XIV, XV ou XVI, e a Guerra Civil Americana. É evidente que havia variações — incluindo a China, India, Camboja, Peru, Noruega, Africa, América Central, Sicília', Espanha, Japão e outros lugares; entretanto, a maioria das "leituras" seguiam as mesmas linhas históricas.De acordo com a opinião de Cayce, o motivo para isto era que as almas de uma determinada época geralmente tornavam a encarnar juntas numa era posterior. Nos séculos intermediários, outros grupos de almas encontram-se na terra — por assim dizer, dando seu giro. lato se processa numa alternação metódica e rítmica, quase igual à dos turnos de operários numa fábrica. Conseqüentemente, a maioria das almas que se encontram atualmente na terra, também estiveram juntas em épocas anteriores da História. Assim também as almas intimamente ligadas por laços de família, de amizade ou de interesses mútuos, com toda probabilidade, estiveram anteriormente ligadas por laços semelhantes em épocas precedentes — e a maioria das pessoas, obtendo as "leituras" de Cayce mantinha um relacionamento por alguma dessas formas.A outra pergunta era a seguinte: Donde provêm estas informações? A resposta era existirem duas fontes de conhecimento, as quais poderiam ser alcançadas pelo espírito de Cayce, enquanto em transe hipnótico.Uma delas era a mente inconsciente de cada indivíduo, cujo histórico da vida Cayce era solicitado a fazer. As "leituras" explicavam que a mente inconsciente guarda a lembrança de cada uma das experiências pelas quais o indivíduo passou — não somente a partir da data de seu nascimento. mas também antes dele e em todas as experiências precedentes. Tais lembranças anteriores ao nascimento encontram-se por baixo do que poderíamos chamar de um alçapão, e situadas em níveis mais profundos da mente inconsciente do que aqueles alcançados pelos psicoterapeutas atualizados; entretanto, elas ali se encontram. Além disso, a mente inconsciente é mais acessível às outras igualmente inconscientes, do que é a consciente — como em geral é mais fácil viajar de metrô entre dois pontos diversos da cidade de Nova Iorque, do que percorrê-los na superfície. Assim sendo, no estado hipnótico, a mente de Cayce entrava imediatamente em contato com os níveis inconscientes de outras mentes.Esta explicação não era muito difícil de ser aceita, pois pelo me-nos em parte coincidia com as descobertas da psicanálise sobre a existência e conteúdo da mente inconsciente. A explicação relativa à outra das duas prováveis fontes de informação, entretanto, parecia fantástica. Tinha algo a ver com as "leituras" chamadas "Registros Akashicos". Como sempre, quando se tratava de palavras desconhecidas, Cayce no estado hipnótico enunciou a palavra Akasha para o substantivo e Akashico para o adjetivo. Em suma, a explicação foi a seguinte:Akasha é uma palavra em sãnscrito que se refere à substância fundamental e estérea do universo, numa composição eletroespiritual ( ver textos sobre Gnana Yoga nos meus sites, básicamente o Absoluto se manifesta relativamente por um trinário: Mente ou Chita , Energia ou Prana e Matéria ou Ahasha ou de forma resumida por Einstein matéria é energia congelada e a programação destas poderia se chamar de Chita ou Mente /rsm ). Assim, Akasha permanece gravada como um registro indelével de cada som, luz, movimento ou pensamento, desde o começo da manifestação do universo. Na existência desse registro é baseada a faculdade dos clarividentes e videntes, a de verem propriamente o passado, não importando quão remoto possa ser, e quão inacessível no conhecimento humano comum. Akasha registra as impressões, tal qual uma chapa sensível, e quase pode ser considerado como uma máquina fotográfica de bolso que tira instantâneos do cosmos. A habilidade para se ler tais registros vibratórios é inerente a cada um de nós, dependendo da sensibilidade de nossa constituição, e consiste no grau adequado da sintonia da percepção — assemelhando-se muito à sincronização de um rádio para captar o comprimento adequado da onda. Quando acordado e no seu estado normal, Edgar Cayce era incapaz de dominar suficientemente sua percepção física, para conseguir essa sintonia; contudo, no estado hipnótico, era capaz de fazê-lo.De todas as afirmações estranhas saídas de seus lábios quando adormecido, aquela para Cayce pareceu a mais incrivelmente singular. Entretanto, as perguntas incrédulas sempre repetidas obtinham sem-pre a mesma explicação, às vezes com as mesmas palavras e outras, com elaborações. Freqüentemente, as "leituras" mencionavam que "Registros Akashicos" também podiam ser chamados de "A Memória Universal da Natureza" ou "O Livro da Vida". Também adiantavam a circunstância ensinada sobre a realidade de Akasha há muitos séculos. Tendo em vista o fato de vários outros conceitos hindus — a saber, a natureza ilusória e inconsistente da "matéria"; a permutabilidade da matéria e força; e a realidade da transferência de pensamento através da telepatia — só recentemente terem sido confirmados pela ciência ocidental, porque não sermos também compreensivos pelo menos quanto à possibilidade do Akasha, esta outra concepção hindu?Cayce adiou seu julgamento sobre o assunto durante muito tempo. A explicação da mente inconsciente talvez pudesse compreensivelmente incluir histórias individuais da vida anterior, mas como interpretar o material preparado, copioso e detalhado que dele emanava nas "leituras de pesquisa" sobre as épocas anteriores da História, tais como as da Atlãntida, do Egito e dos dias de Jesus Cristo? Poderia dar-se o caso de estas informações estarem sendo extraídas da mente inconsciente de alguém que tivesse vivido naquelas épocas, embora a pessoa não fosse ostensivamente o assunto da "leitura"? Ou estaria ele na realidade fazendo a leitura de alguma tapeçaria histórica imensa, preservada numa dimensão do universo desconhecida e tênue?Já no fim, Cayce acabou por aceitar até mesmo Akasha — não porque houvesse uma prova absoluta sobre ele, mas porque nas "leituras" isto tinha sido afirmado, e elas sempre tinham provado sua honestidade sob todos os outros aspectos. Talvez os investigadores a par da percepção extra-sensorial demonstrem que neste ponto as informações de Cayce se assemelharam às de um demente; talvez alguma outra explicação possa ser levada em conta pelos fatos da sua clarividência no que se referia ao passado. Talvez, por outro lado, a mente de algum cientista de nossa época seja capaz de demonstrar que Akasha existe realmente — não sendo uma coisa menos fantástica do que as ondas do rádio, a radioatividade, a energia atômica ou os engramas da memória no sistema nervoso humano.De qualquer modo, as "leituras da vida" feitas por Cayce e a espantosa aproveitabilidade delas continuam verdadeiras, sem levar em conta qual tenha sido a sua origem básica. Nos vinte e dois anos transcorridos entre 1923, quando ele pela primeira vez tropeçou nos obstáculos, e 1945, quando morreu, Cayce apresentou 2.500 "leituras" dessas vidas. Tal como as "leituras físicas", aquelas foram cuidadosamente guardadas e anotadas. Cartas e outros documentos testemunham a exatidão de muitas delas, pelo menos na medida em que sua precisão podia ser verificada. Qualquer um que deseje investigar o assunto, ainda pode entrevistar muitos dos pacientes.Caso possamos com Cayce finalmente acreditar na validade desses estranhos documentos e na explicação para o destino da humanidade, por eles apresentada, nós nos encontramos de posse de uma quantidade extraordinária de dados informativos. Em primeiro lugar, temos aqui um conjunto bastante amplo de provas circunstanciais a favor de um conceito revolucionário:- a reencarnação. Se não podemos aceitar a evidência como totalmente conclusiva, parece aconselhável — no interesse da atividade científica — pelo menos convergir nossa atenção para o terreno da especulação, para o qual ela aponta. Muitas das grandes descobertas foram feitas perscrutando fontes inverossímeis. Ao perguntarem a Einstein como descobrira a relatividade, ele respondeu: "Desafiando um axioma." Em segundo lugar, temos aqui um grande conjunto de informações de natureza psicológica, medicinal e filosófica, o qual, quando classificado e analisado, admite uma imagem modificada da natureza e do destino do homem.Naqueles vinte e dois anos, uma procissão de sofrimentos e uma humanidade confusa foram passadas em revista ante a profunda perspicácia da clarividência hipnótica de Cayce. Todas essas pessoas estavam preocupadas devido a males físicos e psicológicos de todas as espécies; tal qual o salmista que se lamentava numa angústia obscura, elas também queriam saber: Por que isto aconteceu justamente comigo? Nem todos os casos eram de proporções desesperadoras ou trágicas — muitas das histórias relativas às vidas passadas dessas pessoas não possuíam maior interese emocional do que as vidas comuns e corriqueiras que levavam no presente. Entretanto, e invariavelmente, quer seus problemas fossem moderados ou severos, ficava demonstrado que a sua situação no presente era um elo numa cadeia evolutiva iniciada há muitos séculos passados. Caso após caso, as pessoas eram levadas a conhecer a aplicabilidade cósmica de suas enfermidades ou suas frustrações. Esta noção tinha um efeito trans-formador em suas vidas; o discernimento adquirido mediante um longo alcance de interesse sobre a situação habilitava-as a alcançar um equilíbrio dinâmico nos níveis mais elevados da integração.Se a legitimidade dessas "leituras" pode ser aceita, então as suas implicações espantosas devem ser consideradas. A sua importância certamente não se baseia no fato de apresentarem uma nova teoria para o mundo; a teoria em si é antiga, encontrada entre os vá-rios povos extensamente separados em cada continente do mundo. A importância das "leituras" de Cayce antes reside em duas coisas. Uma é que, pela primeira vez no mundo ocidental, relatos específicos, bem definidos, coerentes e psicologicamente verossímeis foram oferecidos no que se refere às presumíveis vidas anteriores de muitos indivíduos. A segunda é que, pela primeira vez na história do mundo por todos conhecida, tais relatos foram conservados e devidamente registrados, a fim de serem acessíveis ao público em geral.Além disso, as "leituras" de Cayce completam a filosofia do Oriente com a dinâmica da vida cristã; deste modo, uma nova vida é concedida a ambas. Assim, eis que foi realizada uma síntese muito necessária entre as duas perspectivas: a introvertida e a extrovertida, as quais respectivamente caracterizaram durante tanto tempo o Oriente e o Ocidente.Acima de tudo, porém, as "leituras" de Cayce realizam uma síntese entre a ciência e a religião. Elas assim o fazem, mostrando que o mundo moral está sujeito a leis de causa e efeito tão precisas quanto as que governam o mundo físico. Deixam bem claro que o sofrimento humano não é unicamente atribuível ao infortúnio materialista, mas antes aos desregramentos da conduta e da inteligência; as desigualdades do nascimento e capacidade do ser humano não se originam do capricho do criador ou do sombrio mecanismo da hereditariedade; originam-se do mérito e demérito do comportamento da vida passada. Todo sofrimento e toda limitação têm um objetivo educativo; as deformidades e doenças são de origem moral, e todas as angústias do ser humano são lições para se obter sabedoria e perfeição, numa escola a longo prazo. Extraido do livro Muitas Moradas de Gina Cerminara - Ed. Pensamento - 1979